quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Grand Central

As vezes nos perguntamos porque grande parte das bandas que ouvimos saem do Reino Unido. E não estou falando de agora, começou com os Beatles, e passando por Black Sabbath, The Who, Rolling Stones, Queen, Sex Pistols, New Order, chegamos aos dias de hoje da mesma forma.

Alguns dizem que é por causa da maior quantidade de locais para estas bandas tocarem e, consequentemente, acabam inspirando a platéia a formar outras bandas, criando um (ótimo) circulo vicioso.

Outros que o clima frio e nublado tira o ânimo das pessoas de sairem de casa, buscando assim passatempos caseiros, como ouvir música ou tocar. E assim vai, como o preço dos instrumentos, a existência de muitas rádios de boa qualidade, a água que eles bebem, até o ponto em que ninguém consegue achar a resposta.

Mas que é uma verdade, isto é inegável, e nesta linha, dentre as inúmeras boas bandas surgidas daquelas ilhas frias e chuvosas, a próxima que tem tudo para estourar por aqui é a Grand Central, de Londres. Banda formada em 2008 pelos irmãos sulafricanos mas radicados em Londres, Cade Hannan nos vocais e Ryan Hannan nas guitarras, e influenciada The Cure, Suede, Depeche Mode, BRMC e Smashing Pumpkins, tem uma pegada de guitarra bem característica e acentuada e tem tudo para agradar quem gosta do bom rock, cru e sem muitas firulas.

Aproveitando-se desta midia chamada internet, já lançaram três singles, sendo o último, My Star, no final de 2010 e no momento estão em estúdio com Bernie Grundman, que já trabalhou com artistas do nível de Michael Jackson, Prince e Van Halen, trabalhando no lançamento do seu álbum de estréia e pronto para entrar em turnê.

Levando em consideração a qualidade das canções lançadas, e a receptividade que esses tiveram na mídia especializada na Inglaterra e nos Estados Unidos, com certeza podemos esperar algo muito bom vindo por aí, e talvez não devamos estranhar se os vermos tocando nas MTV’s da vida.




http://www.myspace.com/ukgrandcentral

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Someday I will walk away and say, “You disappoint me"

Nem tudo são flores. E 2010 trouxeram algumas decepções, e é sobre elas que nós vamos falar aqui. Mas primeiro, é preciso deixar bem claro que está não é uma lista de piores do ano, mas sim de desapontamentos, algo que você espera muito e, ao final, fica um gostinho amargo da decepção.

Álbum

Tivemos muita coisa ruim este ano, mas muita mesmo, mas a maior decepção do ano veio justamente daquela que é, para mim, a maior de todas: Sheryl Crow. Não é segredo para ninguém que eu a adoro, tenho todos os seus álbuns, mais uma porrada de bootlegs e singles, além de DVDs e MP3s, desta forma qualquer lançamento dela é, para mim, uma alegria. Porém, o 100 Miles From Memphis foi decepcionante. De longe, o pior álbum dela, com umas influências bizarras que eu nem sei definir e uma cover irritante do Jackson Five. É tão ruim que eu ainda nem tive coragem de comprar o original pra coleção.



Filme

Esta é uma escolha complicada, pois eu não vi muitos filmes este ano e, os que eu vi, a grande maioria eu gostei. Os filmes que eu nutria alguma expectativa, eu gostei, como Zumbilândia, Machete, Príncipe da Pérsia e Nosso Lar, então, partindo por essa linha de pensamento, o que me decepcionou um pouco foi o Scott Pilgrim. Certo, não foi um mega desapontamento como foi o Indiana Jones e a Caveira de Cristal, mas acho que ficou faltando algo.



Série

Outra complicada, pois eu não experimentei muitas sérias novas este ano, já que estou acompanhando um monte, mas acho que o nível de desapontamento pode ser medido pelo fato dos episódios de uma série estarem baixados no seu computador, mas você sempre arrumar uma desculpa para não assisti-los, sempre baixando uma nova. E neste ponto eu escolheria a Life Unexpected. Ela começou muito boa mas, principalmente na segunda temporada, deu uma declinada, apelando demais no melodrama e se tornando cansativa.



Show

Este é fácil, num ano de muitos e bons shows, o troféu só pode ir para o senhor Axl Rose e sua banda cover do Guns n Roses. Sejamos honestos, se você vai a um show do Guns o que você espera? Os clássicos! Pena que não é isso que a diva obesa pensa, pois deve achar que todo mundo ama o Chinese Democracy, ao ponto de tocarem todas as músicas no show. Além disso, seu estado físico está lastimável, não conseguindo emendar duas músicas na sequência e sua voz já era. Papelão.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

You Wanted The Best, You Got The Best

E 2010 acabou. Todo final de ano eu faço uma listinha dos melhores do ano e tal, e este ano não poderia faltar né? O ano foi cheio de altos e baixos, com coisas muito boas e outras bem ruins, decepcionantes até, mas desta vez eu resolvi escolher apenas os melhores do ano, nada de primeiro, segundo, terceiro e décimo quinto colocados. Algo assim como: "E a Espanha na Copa do Mundo deste ano foi:"

Melhor Álbum


Até que tivemos alguns bons álbuns em 2010, como o do Bret Michaels (Custom Built), os homônimos do Stone Temple Pilot e do Slash e o da Charlotte Gainsbourg (IRM), mas o melhor de todos, fácil, foi o "All in Good Time" do Barenaked Ladies, o que não deixou de ser uma surpresa, pois eu não sabia o que esperar após a saída do Steven Page. Certo, o álbum perdeu um pouco da alegria dos anteriores, mas foi praticamente perfeito, mostrando uma melancolia que eu não sabia que eles tinham, mas sem perder o estilo.



Ps: antes que alguém me pergunte, não, eu não esqueci do Arcade Fire, eu simplesmente não achei nada do que o povo está dizendo dele.

Melhor Canção

E não é que neste ano tivemos uma dobradinha? Além de melhor álbum, o Barenaked Ladies levou o prêmio de melhor canção, com a sensacional, maravilhosa e triste "You Run Away". E olha, só não leva como melhor canção da década porque existe "The Scientist".



Merecem menções honrosas as do Bret Michaels e Miley Cyrus (Nothing to Lose), Bush (Afterlife), Charlotte Gainsbourg e Beck (Heaven Can Wait), Scorpions (The Best Is Yet To Come), She & Him (In the Sun) e STP (Cinnamon).

Melhor Filme


No ano dos filmes nerds e geeks (os videogames cinematograficos de Scott Pilgrim e Príncipe da Persia, o violento Kick-Ass e o sério Redes Sociais), não tem como não premiar um. E portanto o melhor do ano é Zumbilândia. Praticamente tudo que você espera de um filme, você encontra: premissa interessante, bons atores, ótimas tiradas, trilha sonora boa e muitas risadas. Tá, vão me dizer que faltou roteiro mas, me respondam, desde quando filme de zumbi tem roteiro?! Ok, Extermínio tinha, mas é uma exceção (e um ótimo filme).



Melhor Série


Poucas séries foram lançadas este ano e eu acompanhei, a maioria foram as antigas que eu já assistia e, destas a temporada que mais me marcou foi a do Dexter. As quarta (que só vi este ano) e a quinta foram algo de tirar o fôlego. Sensacionais e esperando pela próxima temporada já.



Melhor Show

No ano que um ex-Beatle toca no Brasil um repertório de 3 horas, que o mesmo considera este show o melhor do ano e um dos melhores da carreira (e que eu estava lá), pode parecer impossível um outro show ser escolhido o melhor do ano, certo? Errada. Apesar do show ter sido ótimo, o melhor do ano aconteceu alguns dias depois, no Via Funchal lotado, com uma banda piromaníaca que canta em alemão. Sobre o show do Rammstein, só há uma coisa a ser dito: O que foi aquilo?

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Stone Temple Pilots

 
Quando eu cheguei no Via Funchal, por volta das 19h30, nem parecia que em pouco mais de duas horas, uma banda clássica do Grunge tocaria, pela primeira vez, no Brasil, lá. Poucas pessoas esperavam na fila para entrar e a movimentação era pequena, bem inferior àquela que eu vi, uma semana antes, no show do Rammstein. E esta sensação ficou até por volta das 21h30, quando a casa, se não ficou lotada, pelo menos teve um público condizente com o tamanho da banda.

Com um pequeno atraso, o Stone Temple Piltots começou quebrando tudo com os acordes iniciais de Crackerman, clássico do Core. O palco, como é costume das bandas contemporâneas, foi super simples, apenas com um bandeirão vermelho ao fundo e algumas luzes, nada de fogos, pirotecnia e explosões, apenas o bom, velho e simples rock n roll, tocando em alto volume (certo, algumas vezes a guitarra sumia) baixo, guitarra e bateria, e nada mais.

Neste ponto mostra-se o forte da banda, um instrumental extremamente criativo e entrosado. Os irmãos DeLeo comprovam realmente que são uma das melhores duplas com as cordas, com menção especial ao Robert, o baixista que, além de tocar muito, mas muito mesmo, é carismático e estiloso, um verdadeiro rockstar. E tem ainda o Scott Weiland.

Para quem o viu com o Velvet Revolver (e em diversos vídeos com o STP), o Scott desta quinta estava irreconhecível. Entrou no palco com um terno muito bem cortado, parecendo mais o personagem Barney Stinson, da série How I Met Your Mother e, principalmente, sóbrio. Isto pode ser mais percebido nas diversas jams realizadas no decorrer do show, realizadas para ele poder recuperar o fôlego, já que o corpo cobra os excessos das últimas duas décadas. No lugar das performances alucinógenas, palminhas e vocalizações comportadas.

Mas e as músicas? Escolher um set list de pouco mais de uma hora e meia, para uma banda com a história do STP, é complicado, porque muita coisa boa fica de fora. Com apenas 3 músicas do regular álbum novo, entre elas a ótima Cinnamon e a já clássica cover do Led Zeppellin, Dancing Days, é difícil falar mal de um show que contenha Vasoline, Plush, Interstate Love Song, Sex Type Thing e Trippin' On A Hole In A Paper Heart.

Só que a banda poderia oferecer mais, muito mais. Eu, e muita gente, sentiu falta de Big Bang Baby, Lady Picture Show, Creed, Sour Girl e mais um monte.  Esta na verdade foi a maior falha deles, o set list é exatamente o mesmo das outras apresentações pela América do Sul, e também dos shows da América do Norte, neste semestre, sem deixar espaço para surpresas, o que faz perder um pouco a magia do espetáculo, pois uma das melhores partes de um show ao vivo é exatamente não saber quais as músicas que serão tocadas, e em que ordem.

Problemas a parte, foi um show muito acima da média, de uma banda com 20 anos de estrada, lotada de hits e com vontade de fazer rock n roll. Fica a dica pras bandas que estão começando e se acham muita coisa.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

A Noite em que o Via Funchal Quase Pegou Fogo


Eu desejava um show do Rammstein há muito tempo, e desde que começaram os rumores que a turnê deles passaria pelo Brasil em 2010, eu decidi que iria. Tanto que comprei o ingresso logo que começaram a serem vendidos e para isto abri mão de outros shows que gostaria de ter ido, podendo ver, ao vivo, estes alemães, coisa que quase consegui em 1999, quando abriram o show do Kiss, mas que, por incompetência da organização na entrada, não pude entrar a tempo.

Já sabia desde o início que eles não trariam toda a sua parafernália de palco, primeiro porque transportar tudo aquilo numa viagem intercontinetal deve ser complicado e caro e segundo porque o Via Funchal é um lugar fechado e eles são uma banda de estádio, onde tudo é planejado para ser gigante, colossal, exagerado. Isto ficou claro na abertura do show, quando ao som de Rammlied, apoteótica canção do ótimo e consagrado Liebe Ist Für Alle Da, após a queda do pano preto que cobria o palco, apareceu um outro, preto e vermelho, que na verdade era para ser a bandeira da Alemanha mas que, por causa da altura reduzida do palco, escondeu a parte amarela.


Só que estas dimensões reduzidas do palco e o fato do local ser fechado não afetou em nada toda a pirotecnia (piromania para ser mais exato) da banda, principalmente do performático vocalista Till Lindeman, que não se cansa de brincar com o fogo, chegando inclusive a queimar o tecladista Flake Lorenz na música Weisses Fleisch (de mentirinha) e em um figurante na Benzin (daí de verdade, apesar dele usar uma roupa apropriada).

Fica claro que tudo é muito bem ensaiado e pensado, pois uma falha ou descuido pode gerar uma tragédia. Mas nada disto acontece, e a cada ato, a platéia fica mais impressionado e atônita. Era possível ver a cara de surpresa e contentamento a cada lado que se olhasse num Via Funchal totalmente lotado, extremamente quente e esfumaçado. Mas não é que além disso, existe a música?

Numa equalização muito alta (não me lembro de ter visto um show tão alto lá) e cheia de samplers, se sobressaíram a qualidade vocal de Lindeman, que tem o timbre perfeito que o som e a língua pede, e a bateria precisa de Christoph (Doom) Schneider. Era quase como se ouvíssemos o som do CD.

Com um repertório multi-linguístico, combinando o francês na Frühling In Paris, inglês na Pussy e espanhol na Te Quiero Puta, além do alemão, o que se ouvia na galera era uma mistura de canto com embromention a cada música, mas até que algumas canções conseguiram ter seus refrões cantados em uníssono, como Du Hast e Ich Will, o que não é pouca coisa, considerando o número mínimos de pessoas lá que deveriam falar o alemão.

O resultado desta mistura toda? Um dos melhores shows que já vi na minha vida (e não foram poucos). Fato.

quarta-feira, novembro 24, 2010

O que é ser Paul McCartney?


Que o show do Paul McCartney foi apoteótico e inesquecível, não preciso dizer, pois já dito milhares e milhares de vezes nos últimos dias. Também não é preciso ficar repetindo que os presentes em algum (ou alguns) dos shows nunca mais esquecerão daquelas três horas.

A questão é: se alguém tinha alguma dúvida, não deveria ter mais, pois é claro que Paul McCartney é o maior artista vivo. Mais do que isto, ele é uma entidade que transcende a humanidade, sendo, na minha opinião, uma das duas únicas e últimas pessoas vivas que se encaixam isto (a outra é o Pelé).

Isto porque ele é foi essencial na construção daquilo que conhecemos como cultura pop, não apenas inspirando quase tudo que se fez no rock, mas também na moda, personalidade, televisão, cinema, entre outros. Compôs letras e melodias que fizeram ou fazem parte da vida de bilhões de pessoas. É um dos rostos e vozes mais conhecidos do mundo, há pelo menos 45 anos. Sem contar que é bilionário, pois o simples fato dele acordar pela manhã vivo já gera mais dinheiro que muitos de nós jamais sonharam ganhar.

E onde eu quero chegar? O cara é o mais próximo de uma divindade que existe e igual a ele não vai mais existir ninguém, e mesmo assim, no alto de seus 68 anos ele mostrou, durante toda a apresentação, um carisma e uma humildade inigualável, muito diferente do que a gente vê por aí, de 'artistas' que no alto de seus dois álbuns gravados se acham os maiorais e que podem esnobar qualquer um.

O que é ser Paul McCartney? Para nós, reles mortais, é ser um Deus na Terra, é ser uma das pessoas mais famosas, importantes, talentosas, influentes ainda vivas mas, para ele, é apenas ser James Paul McCartney, pai, avô e músico. Nada mais. E talvez por isso que ele seja quem é, pois em nenhum momento deixou a fama subir a cabeça e mudar seu comportamento. E como eu sei? Eu estava no domingo lá, vendo um senhor de 68 anos tocando e cantando por 3 horas, como se fosse um jovem num palco em Hamburgo ou no Cavern Club, tentando fazer da música a sua profissão.

E que me desculpem os fãs, uma vez que o Paul sempre foi meu Beatle preferido, mas se o John estivesse vivo, com certeza ele seria um velho pedante e arrogante, fazendo coisas estranhas e protestando contra tudo e todos, mais ou menos como um Caetano Veloso britânico. Muito diferente do que vimos nestes três shows. 

Vida longa aos Beatles, vida longa a Sir Paul McCartney.

sexta-feira, outubro 29, 2010

A Maldade Está nos Olhos de Quem Vê

Se os Paralamas disseram que "...o espanto está nos olhos de quem vê o grande monstro a se criar", podemos afirmar que a maldade idem, o que é uma pena.

Hoje cedo fui olhar os Trend Topics do Twitter e vi a palavra "Lobato" neles. Achei estranho, mas ao mesmo tempo fiquei curioso para saber se realmente era algo relacionado ao Monteiro Lobato, e qual o motivo. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que se deu por causa de um parecer do CNE (Conselho Nacional da Educação) que recomenda suspender o livro "Caçadas de Pedrinho" das escolas públicas sob a alegação de Racismo.

Segundo apurado, em duas passagens do texto são usadas palavras racistas para se referir à Tia Nastácia e, por causa disto, o livro só deve ser usado "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil".

Concordo que o racismo, assim como qualquer forma de preconceito, seja racial, social, religioso, político ou o que seja, mas temos que tomar muito cuidado com o patrulhamento, para não começarmos assim uma nova inquisição. Monteiro Lobato é, para mim, o maior escritor brasileiro de todos os tempos e sua obra infantil completa, "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", foi a maior responsável por minha paixão pela leitura. Ainda criança eu li todos os livros e, além de aprender muito com os ensinamentos embutidos nas histórias, me diverti muito.

Para quem leu pelo menos alguns deles vai perceber que de racista a obra nada tem. A personagem da Tia Nastácia é uma das mais queridas da coleção (senão de toda literatura nacional) e, apesar de alguns termos pejorativos, em nenhum momento ela é humilhada, muito pelo contrário. Proibir a sua obra é ajudar a tapar os olhos de todo uma geração (e das seguintes) de uma situação histórica que realmente ocorreu. Neste ponto eu até concordo com o CNE mas, sabemos que, para que educar se é mais fácil omitir? Vale a pena instruir melhor os professores? Nâo, é mais fácil e barato proibir algumas obras. E se começarmos com as "Caçadas de Pedrinho" logo vamos fazer o mesmo com toda a coleção pois, convenhamos, o linguajar da Emília não era fácil, ô boneca de pano liguaruda!

E só para constar, apesar de ter lido toda a obra ainda criança, eu não me tornei um adulto racista. Vale a pena pensar nisso.

terça-feira, outubro 26, 2010

Dia da Marmota


No último episódio de Being Erica que eu assisti ontem, ela recebe uma informação pelo Kai que não deveria ter recebido e que a deixa bem confusa e em parafuso. Por isto ela procura o Dr.Tom para reclamar e a 'solução' que ele encontra é fazê-la voltar ao passado, no horário que ela recebe a notícia (as 8 da manhã), para ela entender melhor o que tá acontecendo. E assim vira o dia dela, um enorme loop entre as 8 da manhã e o meio dia, até que ela tenha uma reação razoável.

Ela faz de tudo, tranca o Kai na sala pra ele contar mais, expulsa ele, enche a cara pra aceitar, briga com o  mundo, até que, no momento que ela 'aceita' os fatos e pára de se preocupar com o futuro para se focar no presente, ela se liberta deste loop e o dia segue.

A mensagem é simples, viva o presente, repense seus atos, sorria mais, não magoe as pessoas, faça exercícios, escove os dentes, olhe para os dois lados antes de atravessar a rua, coma verduras, blá blá blá. A questão nem é esta. Apesar de ser um saco viver, reviver e rererereviver o mesmo momento sem sabermos até quando, as vezes deve ser legal termos a oportunidade de tentarmos até conseguirmos. Porém, o que é 'conseguir', numa vida que não tem script e que cada ação causa uma mudança que nem sempre reflete aquilo que parecia ser?

segunda-feira, outubro 25, 2010

Nunca Cometam o Pecado de Trocar Nosso Time

Parece que eu sou meio monotemático, mas não é bem assim. Cá vou eu falar de duas coisas que eu falei recentemente aqui: Futebol e o tal do livro Comer Rezar e Amar, mas num contexto diferente do habitual.

Certo, além disto não é exatamente sobre o livro, mas sim sobre o filme (que eu não assisti) e futebol não é sobre o Palmeiras (se fosse seria no outro blog), apesar de eu citá-lo como exemplo pessoal.

No pouco que li do livro tem uma parte que a protagonista vai ao Estádio Olímpico de Roma com um amigo assistir um jogo da Lazio, e que este amigo era um tifosi fanático. Bem, então o livro virou filme e, na hora de retratar esta parte da história um (desculpe o termo) imbecil decidiu que eles iriam assistir um jogo da... Roma!

Está certo que norte-americano não entende nada de futebol, mas eles entendem de esportes e sabem que tal pecado não deve ser cometido jamais, trocar o time de um homem! Ainda mais em se tratando de Lazio e Roma que, para quem não sabe, é uma das rivalidades mais brutais e selvagens do mundo. Para terem idéia é como fazessem um filme da minha vida e colocassem meu protagonista torcendo para os Gambás ou para os Bambis. Inadmissível, imperdoável.

Confesso que não estava afim de ver o filme, mas esta informação me deixou completamente brochado. Soa muito mais do que uma simples desinformação, e sim como uma ofensa! Caro Spaghetti, eu compartilho da tua dor e apoio a sua revolta!

segunda-feira, outubro 04, 2010

Perfeições Pop



DRINK ME - Anna Nalick

Talk about the weather
Will you miss me ever?
Lately I'm obsessed
And I need the rest
I hope that you're impressed
She's so pretty, I'm jealous
And she's lost like Alice
In a painted past
In a looking glass
I see me looking back

I'll take another Drink Me, baby
Slowly, I'll disappear
And wear my life like a barbed wire necklace
So let's play it truth or dare

So you're a fan of Coltrane
I wanna be Kurt Cobain
When the truth gets scary
I'll take my gin and sherry
And some Drink Me they'll be
Plath and Joplin with verse writing suiciders
Kennedy and Monroe come to see my rock show
I'll be there in the front row

I'll take another Drink Me, baby
Slowly, I'll disappear
And wear my life like a barbed wire necklace
So let's play truth or dare

And I won't be around to play your games
There will come a day when you won't know my name
And I'll get smaller with
Every swallow you'll
Wait tomorrow and things won't be the same

Talk about the weather
Will you miss me ever?
Lately I'm obsessed
And I need the rest
I hope that you're impressed
Cuz I need the rest
Yeah my head's a mess
I need the rest
I need the rest
I need the rest

quinta-feira, setembro 16, 2010

Livros Para Meninas e Para Meninos

Eu queria a um tempo ler o "Beber, Jogar, F@#er" do Bob Sullivan, mas me disseram que para entendê-lo eu precisava primeiro ler o "Comer, Rezar, Amar". Certo, lá fui eu tentar ler um livro de menininha e best-seller, coisas que definitivamente não me dão tesão nenhum, mas paciência. Li um pouco, aos trancos e barrancos, caindo no sono sempre depois de meia dúzia de páginas, e na metade do primeiro arco (são três), eu desisti. Desisti e resolvi começar a ser o outro.

Realmente admito que ler pelo menos a introdução daquele livro ajudou a entender melhor a 'piada'. Fica claro desde o começo que é uma sátira deslavada, ácida e até certo ponto machista do original, mas o que é válido, pois ele era muito menininha e fofinho, de uma forma que a vida real e as mulheres reais não são (ok, até onde eu li), além do que, se elas podem ser as mocinhas e nós os vilões em um livro, porque o contrário não pode acontecer em outro?

Não é questão de contar ou não o(s) livro(s) e sim de constatar que, no meio de muitos nichos, ainda existem estes, um para mulheres e outros para homens, onde a escrita, o direcionamento e até as piadas são direcionadas para um dos gêneros. E não há nada de errado nisto, errado é achar que isto é sexismo, misoginia, preconceito. Sem hipocrisia, as mulheres precisam do romance e dos contos de fada e os homens da putaria e o humor escrachado, pelo simples fato de que isto é legal, a gente gosta e ponto, não precisam de explicações científicas nem psicológicas.

Por um tempo o politicamente correto e o patrulhamento tentaram matar isso. A mulher tinha que ser forte como o homem e o homem tinha que ser sensível como a mulher, qualquer coisa que saísse desta linha era sinal de fraqueza. Mas sabe qual é a graça de existirem homens e mulheres? É que eles são diferentes, graças a Deus. E antes que comecem o patrulhamento contra homofobia, uma coisa não tem nada a ver com a outra, muitos podem não concordar comigo, mas e daí? Esta é a beleza da dialética e das discussões de mesas de bar, a diferença de opinião.

Mas voltando ao foco da conversa, parece que isto está se aliviando, e finalmente se tocaram que uma mulher não é menos forte ou menos profissionalmente sucedida se ela gosta de um filme ou livro de romance água com açúcar e sonha com o príncipe encatado e um homem não é um troglodita ignorante e espancador de mulheres se ele assiste um filme do estilo "Se Beber Não Case" ou ri de uma piada machista. Deixem o mundo em paz com as suas diferenças, pois isto é que faz dele divertido e interessante.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Sim, Este Blog Ainda Existe...

...o problema é que eu não consigo escrever nada.